quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

A fermosura desta fresca serra,
e a sombra dos verdes castanheiros,
o manso caminhar destes ribeiros,
donde toda a tristeza se desterra;

O rouco som do mar, a estranha terra,
o esconder do sol pelos outeiros,
o recolher dos gados derradeiros,
das nuvens pelo ar a branda guerra;

enfim, tudo o que a rara natureza
com tanta variedade nos ofrece,
me está (se não te vejo) magoando.

Sem ti, tudo m' enjoa e m' avorrece;
sem ti, perpetuamente estou passando
nas mores alegrias, mor tristeza.

Autor: Luís de Camões

1 comentário:

  1. Este poema fala sobre a saudade que o sujeito poetico sente em relação a mulher de que gosta associando essa realidade com uma descrição da Natureza

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